quarta-feira, 19 de maio de 2010




terça-feira, 11 de maio de 2010

O Valor da PAZ

Amigos, Leitores, Povo Trabalhador

Enquanto vamos falando de PAZ, demonstrando por todos os meios as nefastas consequências, sobre as populações que a Guerra sofrem directamente, e recai sobre todos os povos do Mundo, pois como há tanto e afirmara a sabedoria do GRANDE chefe pele vermelha, Seattle, tudo está ligado, e hoje os seres humanos, mais que nunca, por diversas razoes, estão todos ligados, e as tragédias dum pais incidem, recaem sobre todos os países, sobre todos os povos, numa desumanização das consciências, por se habituarem ao inaceitável repetitivo, como natural desde a realidade ao olhar poisado sobre imagens que nos vão arrefecendo os cérebros,fazendo aceitar como norma o que se vê continuamente, mesmo quando o que se nos depara, destrói em cada espectador a sua capacidade de empatia e de amor ao próximo!
Mas por detrás das guerras há uma realidade financeira que é urgente denunciar até que todos dela tenham consciência! Enquanto houver fábricas de armas, enquanto estas forem produzindo cada vez maior quantidade de instrumentos de morte, cada vez mais sofisticados e eficazes, enquanto essa produção alimentar os interesses do grande capital,enquanto esse vergonhoso comércio servir e enriquecer em paralelo os traficantes de armas, como foi o caso da guerra do Iraque (entre outras) decidida pelos USA, sob a presidência de Bush, enquanto sua família é proprietária duma das maiores fábricas de munições, que esperança podemos ter de ver cessar as guerras?
Enquanto essas fábricas malditas não forem convertidas em meios de produção que sirvam a Vida e a Paz, como esperar que cessem as guerras.
Com a faca e o queijo na mão, defendendo duplamente os seus macabros interesses de lucro, sobre o sangue dos povos, será difícil, ver uma Paz efectiva ter lugar no Mundo! Possuidores de fortunas, fábricas,as armas servirão os seus ocultos conluios, a não ser que num momento de exasperação suprema, os trabalhadores ocupem as fábricas para lhes dar o uso que lhes parecer conveniente!
Porque Capitães de Abril,é pouco provável que tornem a existir. Agora apenas o controlo dos meios de produção, neste casa de armas mortíferas, poderá vir a ser garante de Paz
futura.

Com o meu abraço Internacionalista e Universal


Combatentes da Paz

domingo, 9 de maio de 2010

Unidade Unidade INTERNACIONAL

Unidade Unidade INTERNACIONAL

A coligação de Angela Merkel ao poder na Alemanha sofreu domingo, contra o fundo de ajuda à Grécia contestada, uma afronta aquando das eleições regionais, o que lhe custou a maioria na câmara alta do Parlamento e dificultam sua acção política .
(notícia)

EM FRETE NA LUTA UNIDOS VENCEREMOS

La coalition d'Angela Merkel au pouvoir en Allemagne a subi dimanche, sur fond d'aide à la Grèce contestée, un camouflet lors d'une élection régionale, qui va lui coûter sa majorité à la chambre haute du Parlement et entraver son action politique.


EN AVANT DANS LA LUTE UNIS NOUS VAINCRONS

Unidos Venceremos!


Não é aos que sempre se batem, que minhas palavras se dirigem, mas a quem passa e nos lendo, pode talvez ajudar a compreender a que ponto são vítimas da hipocrisia,quando os financeiros e governantes num conluio vergonhoso, têm o controlo dos meios de comunicação, levando mesmo à falência grandes Jornais da Resistência, como por exemplo o Noticias da Amadora, que desapareceu como Jornal em papel, continuando a lutar pela Internet. Com o povo a quem é retirada “democraticamente” a informação, tanto na televisão como nas rádios, é preciso que as verdades vão sendo ditas, porque bem informado o povo, não se deixaria enganar e protestaria energicamente Infelizmente nos campos, zonas isoladas, não há computadores, menos ainda Internet, hoje com os magros meios de que se dispõe, como levar a informação até esses recantos? Distribuição de panfletos, mas por que meios? Sessões de esclarecimento intensivas e curtas (o tempo, ou antes, a sua escassez obriga) é preciso por todos os meios que o povo que trabalha é ludibriado por falsas mansidões! Apelo urgente às mães, para que se ergam para defender o futuro, onde os filhos vão estar presentes! Naquilo que por mais injusto, talvez fossem passivas, no que as toca a elas como mulheres, mas as mães, aceitam mal o sofrimento dos filhos! Chamar as Mães de Portugal à luta, porque na realidade o futuro dos nossos filhos estará seriamente comprometido, se a alta finança conseguisse vencer esta batalha! o tempo é curto para que a luta em Portugal e nos outros países se desencadeie a acompanhar a Luta do povo da Grécia, por isso é urgente mobilizar todos os activistas para que segundo os meios de que cada um dispõe as informações abranjam o maior número de trabalhadores, reformados em Frente Amigos, Unidos Venceremos!

Marília Gonçalves

sábado, 8 de maio de 2010

ATT DE PÉ O PERIGO É REAL


COMPANHEIROS AMIGOS LEITORES (Resposta à Magnifica Chamada à Acção do Coronel Andrade da Silva, um Capitão de Abril) em Liberdade e Cidadania

é tal e qual! ou se activam intensamente ou se perdemos o comboio da Grécia, durante longos anos de desespero não torna a passar mais nenhum!
Agora ou vai ou racha!
é preciso que todos percebam que estamos num ponto crucial da História!
Avancem ! avancemos todos Unidos!
e poderemos dizer que ganhámos as nossas vidas e as de nossos filhos!
ou então adeus minhas encomendas.... e a nova e moderna escravatura tomará o lugar da Democracia e entraremos num processo de robotização, onde toda a forma de Liberdade e todos os Direitos nos serão negados! querem um exemplo? vejam como eles querem baixar o valor das reformas de quem trabalhou uma vida inteira a descontar para a velhice! olhem à vossa volta, acham que é possível viver se eles diminuem as reformas que são já tão pequeninas? Enquanto eles têm reformas enormes como vos mostrei no post anterior sobre o luto nacional!
está ai a prova! Eles acham que para eles tudo é pouco e querem mais ainda!
e a nós? acham que o pouco que temos é demasiado!
Por aí vejam com atenção o que nos espera!
eu mesmo doente estou pronta! Esse não é o futuro que quero para os que amo e deixarei um dia, quando a partida definitiva chegar num deserto de gelo, onde um pouco de calor humano será apenas uma vaga memória!
Adiante e Unidos Venceremos! O perigo é mesmo real, não se deixem mais iludir nem embalar por falinhas hipócritas!
A vida é nossa, não deixemos que nos transformem em máquinas de rendimento que quanto mais trabalham mais rendem!
Usem toda a capacidade de vossos cérebros, pensem profundamente no que vos espera! Acreditem naqueles que não têm nenhum tacho a defender! TODOS OS OUTROS APENAS PENSAM APROVEITAR AS NOSSAS FORÇAS E CAPACIDADES ATÉ AO EXTREMOS!
ADIANTE!TODOS UNIDOS VAMOS EM FRENTE!

Marília Gonçalves

terça-feira, 13 de abril de 2010

A LUTA CONTINUA


Porque:
25 de ABRIL de 1974

e...
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Camões

segunda-feira, 12 de abril de 2010

AMIGOS IRMÃOS AMANTES





Negro irmão

Um olhar firme e directo
Para dizer o teu nome
O respeito só completo
Ao dizer a tua fome.
Se falar da tua história
Dói a quem lhe sente a culpa
Se em mar de tua memória
Tua inocência resulta;
Se te escrevem e descrevem
Sem chegar ao que tu és
É que ficaram aquém
Da essência das marés.
Lavraste a história do mar
Com o teu nome cativo,
Mas trazes no teu olhar
O mundo em que sobrevivo.
Tu sim, conheces o preço
Do amor e da família
Perdidos desde o começo
Dos que eram tua matilha.
Tu que és ainda o olhar
Da frescura juvenil
Que semeaste no mar
O teu coração viril
Tu meu irmão, que és o filho
Da mãe de todas as mães
Trazes nos olhos o brilho
Dessa ternura que tens.
Tu que da tua pobreza
Fazes riqueza de tantos
E abres a tua mesa
Ao causador de teu espanto
Tu que sabes repartir
Dando do pouco que tens
E que choras a sorrir
Porque sabes donde vens;
Eu quero ser tua irmã
Tua mulher, tua amiga
Pra levantar amanhã
Ao que hoje o pensar me obriga.
Mas eu nem sei se o mereço...
Apesar de querer o esforço
Pró mundo futuro e moço.
É a ti negro, que falo
É a ti que me dirijo
Pois cada verso que calo
No porão do esconderijo
Não vê nunca a luz do dia
Não chega à tua verdade
Nem à voz que principia
Numa nova sociedade.
Tu tens o valor da terra
Trazes o respeito em ti
Numa alegria sincera
Que extravasa quando ri.
Como é pequeno o poema
Para dizer coração
Pra cantar pele morena
Do negro que é meu irmão


Marilia  Gonçalves

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ousar Ser Feliz no Trabalho



La communication avec Jacques Salomé
10 min - 6 Apr 2009
www.dailymotion.com






 

la communication avec Jacques Salomé


 
   
RELAÇÕES E AUTOCONHECIMENTO

Ousar Ser Feliz no Trabalho

Jacques Salomé e Christian Potié
 

Uma obra rigorosa, assente na realidade concreta e que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho.
 

Jacques Salomé, formador em relações humanas e autor da obra A Coragem de Ser Autêntico, e Christian Potié, consultor de empresas, aprofundaram o estudo efectivo das relações humanas na empresa, dando origem a esta obra rigorosa assente na realidade concreta que se dirige a todos os que sentem a necessidade de melhor viver e ser feliz no trabalho. Eles efectuam propostas e pontos referenciais acessíveis a todos, para a responsabilização dos seus postos e das suas funções, mas também para não permitir a morosidade, relações devoradoras de energias, sabotagens relacionais, ou autodestruição; em suma, para melhor se fazer respeitar e se respeitar a si próprio, condição sine qua non para dar à sua actividade profissional um sentido que ultrapasse o simples facto “de ser obrigado a ir ao trabalho, todos os dias, para ganhar o pão” e tornar possível o sonho de Ser Feliz no Trabalho.

O trabalho ocupa, no geral, a maior parte do tempo da nossa vida. Assim, a questão não se deve colocar apenas em relação ao valor financeiro que recebemos por esse tempo, mas quais as consequências dessa troca. Actualmente, não equacionamos bem esta questão, efectuando essa troca por um preço que influi profundamente nas nossas vidas pessoais, conjugais ou familiares...
 
AQUI

sábado, 3 de abril de 2010

OREMOS





A pátria é nos lugares onde a alma está acorrentada.
Voltaire



Oração pelas Privatizações



«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago

Páginas da História de um Povo que Resistiu....




Amanhecera chuva. Tempo de aguaceiros que o sol furava de longe em longe.

Isabel desceu do carro eléctrico,ainda na mente fiapos dos pensamentos com que vinha entretida.

Bateu-lhe a chuva, cruzada sem defesa possível. O vento remoinhava cinzento.

Isabel avançava a custo, decida curvava o dorso a mão a fechar-lhe a gabardina sobre os joelhos. Inútil chapéu de chuva que quase se lhe empecilhava nas pernas, chegou quase a amaldiçoar a bodega da carteira, Sempre gostava de saber porque diabo andamos sempre com esta coisa atrás, mesmo quando não faz falta.

Enfim falta sempre podia fazer, que lá estavam as papeladas e algum dinheiro, essa bodega que nos leva debaixo de qualquer tempo aonde não teríamos vontade de ir.

Dançou-lhe nos olhos a cara do chefe. Estupor. Sempre a dissertar sobre tudo com aquele ar vitorioso de quem alcançou a verdade suprema.

Ia Na rua do Loreto, nessa Lisboa ainda sem computadores do inicio dos anos 60.

Ainda bem que não tinha filhos. Não por ela, que bem gostaria desse afecto do sangue, mas por eles, coitados num país tão parado que parecia ele também exposto a torrencial chuva e cruzados ventos.

Estava à porta, havia chegado automaticamente sem dar por isso.

Começou a subir a escada com passadeira a abafar-lhe o som dos passos.

Bom dia, encaminhou-se para a secretária enquanto a voz dos colegas lhe retribuíam a saudação.

Venho atrasada por causa deste maldito tempo...o chefe entrou... então Dona Isabel deram-lhe cuidados os pequenos ? algum com sarampo, não?... ironizou. Em voz baixa Isabel resmoneou ? filho da.... 

e sentada à secretaria começou mais um dia de trabalho.

Na papelada que lhe corria pelas mãos foi passando a manhã.

Vens almoçar Isabel ? indagaram os habituais companheiros de mesa, Chegaram à rua o céu era uma planície azul com manchas brancas a deslizar velozes.

Que tens hoje que não estás nos teus dias! -

Não sei , nem sempre a gente sabe o que lhe vai por dentro,mas vamos comer que isto logo passa.

Entraram no restaurante, estava cheio, ao fundo uma mesa estava prestes a vagar. O empregado fez-lhes sinal e aguardaram.

Que é que vais comer ? Nem sei bem, Uma coisa leve, olhe traga-me uma omelete e uma salada de alface. Temos grilo! gracejou António a ver se melhorava o ambiente. Isabel percebeu a intenção do colega e sorriu por simpatia, mas por dentro os aguaceiros tornavam-lhe o horizonte mais escuro ainda.

Acabada a refeição retomaram o trabalho , passou a tarde, mas o semblante de Isabel não se desanuviara.

Chegou à rua, Apanhou o eléctrico decidida a ir direita a casa da avó.

Subiu a escada até ao segundo andar, bateu à porta, voz vinda de dentro : aí vou...

a porta abriu-se.És tu filha?

-Minha linda avô, a avó mais bonita do mundo!

-Ora, tarde piaste... agora que estou velha todos me acham uma lindeza. Isabel sorria, Aquela ladainha era por demais conhecida, Quando era nova é que isso tinha feito falta agora...

Senta-te cachopa que vens a deitar os bofes pela boca.

Isabel dera um xoxo à avô e sentou-se, Vens a novidades não é filha?

-Pois é , mal consegui passar o dia, Prenderam-no outra vez, com mais de sessenta anos e ainda têm medo dele, para onde o levaram? Para oAljube, está incomunicável.

Andaram aqui em casa, reviraram tudo. -

Acharam alguma coisa ? Mais me admirava que achassem dinheiro, mas não, não acharam nada, que a Julieta amandou o livro que ele andava a escrever pela janela da casa de banho, recuperar as folhas todas é que vai ser um caso sério,teremos que pedir aos vizinhos se dão licença.

Isabel com a cabeça sobre as mãos estava estática, talvez lhe corressem pela cabeça milhares de pensamentos, ou o cansaço e o espanto a petrificavam.

É preciso ir a notícias.

Vou a casa do Gabriel a ver se sabe qualquer coisa e a seguir volto cá, hoje durmo aqui.

Ó minha filha ainda bem, ia ser difícil ficar em casa só com a Julieta, coitada que levou um susto... mas não perdeu o norte, mesmo nas barbas deles fez voar o livro, ainda bem que não o acharam, o teu avô é que não percebeu nada, Parecia admirado mas disfarçou.

Que será que lhe estão a fazer?

Isabel olhou a avô.

-Malditos, é isso que eles querem prendem um e torturam todos, e o preso duplamente que sabe a aflição da família,

Descanse avó seja como for amanhã vamos lá directo.

Isabel saiu na noite molhada e fria.

Talvez o frio estivesse dentro dela, a pensar no avô nalgum interrogatório ou numa masmorra ou  no segredo, com algum pin-ping de água a furar-lhe os miolos, mas o avô era resistente, até ao Tarrafal tinha resistido. Era mais uma provação, mais uma dor aguda nas obscuras páginas de histeria que uns bandidos iam escrevendo em sangue e terror em Portugal.

Portugal, o que era Portugal ? Uma localização geográfica? um povo que consente? um governo imposto? um punhado de resistentes? quem és tu Portugal ?

Se me pudesses responder talvez esta ansiedade que me aflige não doesse tanto.

Chegara à rua do Gabriel, entrou na escada bateu à porta do rés-do-chão, uma garota veio abrir.

- Olá Isabel, ó mãe está aqui a Isabel. A mãe da garota que aparentava os trinta anos veio à porta. Entra rapariga, em que estado vens. Isabel entrou, seguiram o corredor até à cozinha , sentaram-se nos  bancos de madeira pintada e a Manuela assim se chamava a dona da casa, disse : sei que prenderam o teu avô.

O Gabriel foi a noticias, Já jantaste alguma coisa ? e sem esperar resposta tirou da panela que estava em cima do fogão um prato de sopa de feijão com hortaliça, Isabel aceitou de boa-vontade o que de tão boa-vontade lhe ofereciam. Reconfortou-a a sopa, mas por dentro aquela voz a falar-lhe de masmorras do avô torturado ou  no escuro, no silêncio, se não fosse pior. Malditos! malditos cães ! 

Quando Gabriel chegou agarrou-lhe as mãos com afecto : tens um avô que é um homem, não se contenta em usar calças, Eu sei é um resistente corajoso e persistente, todos o sabemos!

-Sabes alguma coisa sobre ele ?

-Está no segredo, incomunicável. Por hoje não saberemos mais nada.

Trata de ir para casa, vê se tranquilizas a tua avô e vejam se conseguem dormir um pouco, que amanhã é novo dia.

Apareço em tua casa a horas de ir ao Aljube. Tenta não pensar demais por hoje, torturares-te não adianta mais nada.

-Tens razão, vou indo. Senti-me muito bem aqui em casa com a tua filha e a tua companheira, reconfortou-me a amizade.

-Vou acompanhar-te a casa.

-Não vale a pena, num instante chego. Tu também estás cansado e amanhã vais trabalhar.

Pois sim... mas vou à mesma acompanhar-te, fico mais descansado.

Deu um beijo ao de leve à companheira, sorriu à filha e lá foram...

Isabel tinha um grito preso na garganta como se um pássaro quisesse voar e não pudesse. Como se lhe tivessem cortado as indispensáveis asas.

Quando chegaram ao prédio despediu-se do amigo, viu-o afastar, fez um aceno com a mão e entrou na escada.

Às escuras sem barulho foi subindo, com o nó do dedo bateu levemente à porta, desta vez o avô não viria abrir... apareceu a avô, com seu rosto doce e triste, abraçou-a e ficaram agarradas largos minutos.

Quando se aconchegou nos lençóis, um perfume campestre a rosmaninho, a alecrim invadiu-a, enquanto debaixo do cobertor de papa, o calor pouco a pouco ia aumentando, sentiu aquele leve torpor que antecede o sono.

Porém num sobressalto ergueu-se, som estranho fino, quase imperceptível.

Saltou da cama. Pé ante pé pelo corredor encostou o rosto à porta da avó, o mesmo som se fazia ouvir, agora mais forte, ampliado pela proximidade.

Chamou a avó... avózinha, está bem, posso entrar ? correu a porta que deslizou na calha do solo, a avô tina os olhos cheios de lágrimas, as faces molhadas, ó avó então está assim aflita e sem me chmar! ó avó... não filha é que estou preocupada! e a noite  parece não querer passar.

Isabel abraçou a avó E ali ficou nos seus vinte anos a pensar no avô, no namorado que já não tocava viola para ela aos serões, fugira à guerra, andava por França, coitado,  A limpar latrinas... Trocara a faculdade, por aquela maldição, mas pelo menos estava vivo e não vivia as atrocidades da guerra.

Pobre país, onde cada história era uma página amarga, onde para andar de consciência limpa, se tinha de renunciar à alegria mais simples e ao direito a vida própria!

Vai descansar filha, vê de dormes, que amanhã também o trabalho te espera.

O rodopio das aflições e trabalhos continua....


Marília Gonçalves

 


sexta-feira, 2 de abril de 2010

ESCREVER COMO O POVO FALA



 

 Estou no campo e oiço o mar, o oceano, esse gigante a rebentar em vagas contra as janelas, ou será vento, não sei, apenas a lembrança sobrevive, só ela, dá esta certeza da paisagem do dia anterior, impossibilitada que estou de a ver, os postigos fechados como estão,


a menos, que o mar tenha galgado a terra, tão longe estou do areal, tão longe ando, para o ver desabar, aqui na região parisiense, não ouvi hoje o meteorológico boletim, será a chuva, será, será que o Augusto Gil andou por aqui a amandar palavras à minha imaginação, de neve ainda não se trata, que não está o ano frio por ora, mas cedo virá, há-de ser um dó, ver essas estradas todas de lama escura, com os carros a marcar passo, e a gente aflita para ir para o trabalho, coitada da gente, muito trabalho dá sobreviver, como se de verdadeira vida se tratasse, este passar de tempo a caminho do inevitável, e sempre tão apressados que até parece que nos está esperando o sonho ou o amor, mas qual, afinal o que nos espera são as ventas antipáticas do chefe e o amor esse foi tragado pelo tempo, se ao menos o social andasse pouco mais ao menos, mas qual, adeus mundo, cada vez a pior, ora, ora, que bem usamos nós despertador, mas não nos desperta nada, faz-nos saltar da cama, lá isso faz, mas é tudo, vamos pelo caminho, estremunhados, sem nos apercebermos quase do destino comum, bem que ouvimos dizer, olha bem, lembra-te que nas costas dos outros vês as tuas, mas por mais que olhe para as costas do parceiro não vejo nada, só vejo costas, umas mais estreitas outras mais largas, Ah, que se calhar é isso, ter as costas largas, querem ver que sou o novo Edison das costas, será que se fez luz  nas costas alheias para poder ver as minhas, será que quando alguém tem as costas largas estamos diante dum trouxa, ou dum desgraçado, que não sabe as voltas que há-de dar à vida, é mesmo assim curioso, o que as costas podem aguentar, mas ao contrário segundo parece o que tem as costas quentes não precisa de aguentar nada, deve haver alguém com as costas largas, que aguente por ele, se ao menos nos dessem tempo para reflectir, sem este afogadilho de acontecimentos que mal deixa pensar, a pensar já a malta se comprazia que sempre se vê algum resultado, como comigo a pensar nas costas, mas se mal se tem tempo disso como vão surgir as soluções para os verdadeiros problemas, que são mais complicados, que aqueles  feitos na instrução primária, quando por caturrice nos punham diante do tanque, com aquela torneirona, a enchê-lo, enquanto outra, o esvaziava, que até parecia embirração, arre burro, e agora que estávamos livres dessa carga de trabalhos, aparece-nos a vida a encher por um lado e a vazar por outro, que é até esgotar a nossa paciência até ao fim da viagem, que viajamos até sem disso termos vontade, como o Blé, que ia no comboio para França, a armar em turista e às duas por três lá a PIDE lhe diz que não senhor que não pode sair do país e o pobre do Blé a tremer que nem varas verdes e a responder: até calha bem assim vou tomar conta das minhas propriedades.


Marília Gonçalves

A Resistência é Possível







Cidadãos, Cidadãs
Chegado o momento de resistir activamente
Camponeses, Pescadores, Operários,
Estudantes, Desempregados, Reformados
Mulheres, Trabalhadores, Mães de Família

O poder do dinheiro, a Banca,o patronato, a Mundialização
têm-nos arrastado para a falta de Esperança e a muitos para a maior pobreza,
nao falo de miséria no que vos toca, porque quem tem a força produtiva nas maos,
nunca é miserável!
miseráveis são aqueles que tendo muito dinheiro, so o têm porque há quem produza, trabalhando, as riquezas que eles vão amealhando, enquanto baixam salários sempre que podem, despedem para procurar mão de obra mais barata, junto de povos ainda mais pobre e aflitos e infelizes.
A riqueza são as vossas mãos, (eles pouco ou nada sabem fazer com as mãos deles, a nao ser contar dinheiro e deitar contas a como ganhar mais ainda) o vosso esforço que a produzem
como paga, protegidos pelos governos, tiram direitos sociais!
e no entanto:
A força é vossa!
Para que a vida seja justa, para poder acreditar no Futuro, para poder deixar nossos filhos terem a infância que merecem
Para que todos nós tenhamos Direito à saúde e a um sistema social de saúde, que responda às necessidades de cada um...
é Urgente um sobressalto do povo, através dos sindicatos que o protegem, como ser útil e produtivo que é, através das organizações políticas que fazem o que dizem e nao vivem de falsas promessas

O povo precisa unir-se e organizar-se!

e a Vida será o que os trabalhadores quiserem que seja!
O sistema capitalista, além das injustiças sem fim com que alveja quem trabalha,
não tem resposta, para os problemas da própria TERRA, criados pela cobiça, pela vontade de ter sempre mais e de ser cada vez mais poderoso! São eles que sujam a TERRA, as Águas, o Ar que respiramos, com os sietemas inapropriados que criam para poder ganhar sempre mais!
Os capitalistas, os grandes financeiros apenas se preocupam com o lucro e estão persuadidos, que o dinheiro todo que têm , os põe ao abrigo de todos os desastres da TERRA?
Porque têm as melhores casas, mais bem construídas, com sistemas para sísmicos,
pensam poder escapar até aos tremores de terra, o que acontece ao povo em geral,
não lhes tira o sono nem o gosto pelas boas iguarias e banquetes!
Já chega!
O Povo trabalhador, em Portugal e pelo Mundo fora, tem que erguer-se nessa mesma certeza de ter a força em sua mão, e no número de pessoas que representam!
os ricos são muito poucos comparado com quem trabalha para eles.

Olhem o exemplo da Grécia!

é o exemplo a seguir! Quando o povo diz NÃO, a historia muda e o futuro transforma-se!
Queriam esses senhores fazer de nós escravos?

Pois nós vamos provar-lhes que seremos livres, fraternos, unidos, e alegres, porque a nossa alegria é boa e nunca esmaga ninguém!

De pé Amigos de Pé gente do Mundo do Trabalho!
Basta de sacrifícios, basta de promessas nunca cumpridas! basta de mentiras!
de Pé e a vida será a vida que sempre sonhámos!
para nós e para nossos filhos, familiares, amigos e colegas!
Protesto geral e activo
de Pé Povo de Portugal!

Marília Gonçalves

quinta-feira, 1 de abril de 2010





A Caixa de Pandora


Quem abriu a caixa de Pandora
 para que em simultâneo quase,
 tantos males, tanto sofrimento
 assole o Mundo?

Começando por HAITI,
 inexplicável terremoto,
 cuja causa obscura
 está ainda por decifrar,
mas de trágicas consequências,
 que se prolongam no tempo,
 com as chuvadas
 a agravar a vida
 nas tendas improvisadas,
 onde a fome
 visita as vítimas a cada hora!

Talvez um dia
 consigamos compreender
 o inexplicável
 que os próprios cientistas
 não compreendem bem
prossigamos
 pela nossa Pérola do Oceano,
 A Madeira
correndo o mundo
 catástrofe apôs catástrofe
só vimos dor, desolação.
o Chile com o horror destrutivo
 do terremoto é ainda atingido
 pelo Tsunami.
Portugal magoado,
 desolado, interrompido
 de norte a sul
terras já pobres,
arruinadas pelo abandono,
quem lhes acudirá
 e àqueles que com parcos meios,
 tal como na Madeira
mal vão saber como
 reconstruir as casas
 onde viviam
 ou não poderão mesmo
 construí-las de novo!
Apetece-me gritar,
 mas nem posso ir para a rua,
 também aqui
a tempestade aperta forte,
 minha voz ficaria perdida
 na voz dos ventos
  aqui vou gritando neste silêncio da escrita...

  blasfémia que seja,
 grito contra esse deus,
 que deixa ruir as casas
 dos pobres e deixa morrer indefesos,
 enquanto os ricos
 permanecem ao abrigo
 de todas as fúrias,
 de tempestades e intempéries
 em casas fortes e luxuosas!
 A Minha dor pelos povos
 é neste momento
 muito maior que eu,
 porque este rasgão
 que me vai por dentro
 de tanto ver sofrer
 pode levar-me
 aos confins de qualquer revolta!
Chega! podres senhores
 detentores da vossa própria segurança,
 do bem-estar dos vossos filhos.
A dor alheia, toda essa aflição
 que vai pelo Mundo,
sois vós os seus maiores responsáveis!
talvez dos terremotos não tenhais culpa,
 mas sim das agressões
 permanentes à Natureza,
 procurai vossa culpa na ganância
 que vos habita,
 nessa sede infinita
 de ter cada vez mais!
e para quê?
Para dominar o Mundo!
e o mundo do trabalho,
 reduzindo a escravos do vosso mal querer,
Homens produtivos e úteis,
enquanto vós não passais de répteis
 ou de parasitas!
O vosso excesso causa-me nojo, náusea!
Que tendes de um Ser Humano
 que vos alimentais de vossos semelhantes?!
Porque se julgam tão sábios
 e poderosos têm andado a brincar
 ao aprendiz feiticeiro,
 tocaram em forças para vós desconhecidas
 e a Natureza cega, vinga-se sobre os inocentes!

Mas um dia para a Natureza chegará vossa vez!
em Portugal
 penedos que se desprendem
 sem que se saiba se outros
 com mais trágicos resultados
 os vão ou não seguir
árvores derrubadas
 um sem fim de tristeza
 que vem ainda mais
 empobrecer Portugal
aumentar  sofrimento dum povo
 que vivia abaixo do mais necessário.
E os mortos?
 esses números frios que nos apresentam!
Sabem quem são esses mortos?
 cada um deles era uma vida
 que sonhava futuro,
 construía esperanças,
e erguia de seu suor
 as casas que habitavam?
 Cada morto não é um número!
Era um ser Humano!
 com direito a prosseguir a sua vida
  seus projectos de vida,
 de viver feliz
 seus afectos e seus sonhos.
Não me falem mais do números de mortos
 que é um insulto feito à vida!
E uma Criança?
 que valor tem para vocês
 Ó abutres, a vida pequenina?
que se extinguiu na culpa
da vossa indiferença
  da vossa malfadada
 cegueira!
Ofuscados que andam
 pelo brilho falso do dinheiro e do Poder!
os vossos olhos
 não têm pupilas, mas cifrões!  
 os vossos sentimentos para com o próximo?
 inexistentes! tudo o que há em vós
é uma enferrujada caixa registadora,
 que funciona mal nas contas que faz,
 porque um dia vos vão sair contas furadas?
Ah pois quê!?
 todos esses milhões contabilizados
 para obras
em que os vão empregar?
na prioridade das habitações dos pobres
 ou no luxo que salta à vista
 e engana as próprias vítimas!
Vejam bem tudo o que fizeram,
tudo o que vão fazendo
 de prejudicial e de nefasto!
mas seria interessante
 que uma comissão internacional
se ocupasse de verificar
 em que são utilizados esses dinheiros?!
Nas prioridades,
 ou no que vos enche ainda mais os cofres?
E as prioridades ecológicas?
 são tidas em linha de conta,
 para que o mesmo cataclismo se não repita? 
há técnicos com competência
 para estudando os solos e sua configuração,
 se reconstrua com segurança e eficácia
 agora para finalizar
 vou deixar aqui um provérbio dos Índios do Canadá:

Quando todas as árvores forem cortadas, quando todos os rios tiverem secado, quando o último peixe tiver morrido, vocês vão perceber que dinheiro não serve para  comer

Índios do Canadá


 estou convosco sempre, injusticiados do Mundo

Marília Gonçalves

terça-feira, 30 de março de 2010

Fazer o poema é estar presente

Fazer o poema é estar presente
apesar da distância que magoa
ir pouco a pouco caminhando em frente
entre marujos de navio à toa.

Fazer o poema é gritar não,
quando sim era ter a porta aberta
fazer o poema é ser irmão
da vontade dos que a têm como certa.

Fazer o poema é resistir
ao naufrágio dos homens hesitantes
fazer o poema é prosseguir
é não voltar à fome que era dantes.

Fazer o poema é ter esperança
que nunca frio assalta sem sentido
é ronda imensa aonde dança
semente de pão que é repartido.

Fazer o poema é sermos nós
contra medo, escuridão, contra a mordaça
fazer o poema é termos voz
é oferecê-la àqueles por quem passa.


Marília Gonçalves

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Primeia palavra

Se da Discussão nasce a Luz donde pode nascer a Paz?
Que caminhos teremos que percorrer, que interpelações a nós próprios teremos que formular para que a Vida seja possível e continue?
Para que Portugal reencontre o Brio e a vontade de construir um País próspero e que cada português sinta orgulho de pertencer a um Povo Digno num sentimento de fraternidade de Norte a Sul do País incluindo Madeira e Açores.
Um país a construir  fazer progredir dentro de suas fronteiras.
Se os Portugueses puderam erguer o Mundo, descobrindo-o, poderão com a mesma energia Levantar Portugal.
Temos um paîs de uma bekeza impar, com um clima privilegiado. Não é em vâo que tantos turistas nos visitam.
Apaixonando-se tanto pelas belezas das paisagens, como a a de monumentos, museus, vestígios históricos.
Também o povo português é conhecido pela sua simpatia e hospitalidade, pelas suas maneiras afáveis e naturais. 

La Voix Consciente

Je suis humble artisan d’une tâche inféconde

mais devant les dangers qui menacent le monde

je rougirais

d’être de ceux qui n’ont rien dit.

Eugène Bizot

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